Mato Grosso entre dezembro e março, período de ‘entressafra’ da cana-de-açúcar, deverá produzir 114 milhões de litros de etanol de milho. Hoje, três usinas flex fabricam etanol através da cana e do cereal. A produção de milho em etanol é debatida na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
Entre etanol de cana-de-açúcar e de milho, segundo o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool-MT) , 814 milhões de litros deverão ser produzidos em Mato Grosso.
Conforme o diretor-executivo do Sindalcool-MT, Jorge dos Santos, no período da ‘entressafra’ da cana-de-açúcar, que compreende na temporada das chuvas em Mato Grosso, aproximadamente 300 mil toneladas de milho deverão ser moídas e transformadas em 114 milhões de litros de etanol.
Leia mais:
Produção de etanol de milho em Mato Grosso gera debate na Câmara dos Deputados; questão energética é prioridade
Mato Grosso possui, atualmente, dez usinas sucroalcooleiras, das quais três são flex. As usinas que produzem etanol no estado a partir do milho estão localizadas em Campos de Júlio, Jaciara e São José do Rio Claro.
“Hoje, não temos entressafra. A produção de etanol de cana atende a demanda o ano inteiro e temos o acréscimo com o feito através do milho. As usinas em Mato Grosso estão com estudos prontos para tornarem-se flex e estão em fase de análise para ver como o mercado e o governo se comportam”, comentou Santos ao Agro Olhar.
A produção de etanol de milho entrou em debate recentemente na Câmara dos Deputados. Os deputados federais de Mato Grosso Carlos Bezerra (PMDB) e Fábio Garcia (PSB) assumiram a ponta do debate sobre o crescimento da fabricação de etanol através do cereal no estado.
Conforme especialistas, a transformação de milho em etanol é uma das saídas para o escoamento da produção no mercado interno. Das 21 milhões de toneladas produzidas na safra 2014/2015 por Mato Grosso 8,454 milhões de toneladas já foram exportados até outubro. O volume supera as 7,143 milhões de toneladas do ciclo passado embarcadas para o exterior.
O deputado federal Fábio Garcia, especialista em energia, destaca que o processo de fabricação do etanol a partir do milho tem subprodutos muito úteis. Cada tonelada do cereal gera entre quase 400 litros de álcool etílico, além de cerca de 18 litros de óleo, 220 a 240 quilos de um farelo de milho conhecido como DDG. Esse farelo tem alto teor proteico e pode ser usado na alimentação animal, sendo bem mais barato que o farelo de soja.