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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Fechamento de frigoríficos impacta na economia do Estado, afirmam especialistas

Foto: ZF Press

Fechamento de frigoríficos impacta na economia do Estado, afirmam especialistas
Em 2015 sete frigoríficos em Mato Grosso foram fechados em decorrência à baixa oferta de animais terminados para o abate. O maior impacto do fechamento das unidades é quanto à geração de empregos e consequentemente na economia do estado. O assunto foi discutido, nesta quarta-feira (12), durante o painel “Cenário da Carne 2015 – Atualidades & Perspectivas”, em Rondonópolis.

O painel marcou o encerramento da Vitrine Agropec, feira de negócios paralela a 43ª Exposul. De acordo com especialistas, a oferta de animais para o abate reduziu 18%, o que culminou no fechamento das plantas frigoríficas no estado. Os especialistas destacaram ainda, durante o painel, que a redução de unidades fabris foi de forma isolada nas regiões com maior concentração de plantas. Tal fato, salientaram, não deverá atrapalhar o mercado da pecuária de corte.

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A capacidade instalada para abates de Mato Grosso, de acordo com o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidonio, é de 35 mil cabeças/dia, entretanto o estado tem abatido aproximadamente metade de sua capacidade.

“De fato, o que está acontecendo é algo sistêmico, faz parte do ciclo da pecuária, e não tem influência no envio de animais para abate fora do Estado, que neste ano caiu de cerca de 5% para 3%, ou no envio de rebanho para engorda em outros estados. Também acreditamos que, embora a opção tenha diminuído, o fechamento das plantas não deve atrapalhar os produtores na hora de enviar animais para o abate”, pontuou o superintendente do Imea.

O fechamento dos frigoríficos em Mato Grosso, conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas Martins, impacta na cadeia como um todo e é por isso que é necessária a cadeia produtiva se organizar.

"Embora, para os produtores o impacto não seja tão sentido, na economia das cidades, e consequentemente do Estado, o impacto está sendo sentido”, destacou Luiz Freitas.

Além da baixa oferta de animais, outros fatores em mato Grosso que impactam na cadeia produtiva da carne bovina (pecuaristas e frigoríficos) é a carga tributária, logística e a burocracia do sistema.

Na última semana o governo de Mato Grosso anunciou que as indústrias frigoríficas terão carga tributária linear de 2% até o final de 2015, período em que o governo vai avaliar o comportamento do mercado. “O governo estadual está trabalhando para fazer ajustes na legislação tributária do Estado, além de investir na melhoria das condições de logística e simplificar os processos em órgãos determinantes para o setor, como o Indea”, comentou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Seneri Paludo.

Queda no consumo interno

Segundo o presidente da Associação dos Criadores do Sul de Mato Grosso (Criasul), Marco Túlio Duarte Soares, o debate quanto ao cenário pecuário diante o fechamento dos frigoríficos veio em bom momento. “A gente vê que houve diminuição do consumo interno o que também afetou toda a cadeia. Mas, por outro lado, vemos que o cenário numérico da pecuária é viável, mostra margens positivas tanto para o criador quanto para o frigorífico, o que nos motiva. Agora, é necessário que sejam realizadas mais reuniões como essa para o fortalecimento da classe”.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Alimentação da Região Sul de Mato Grosso (Siar-Sul/MT), o empresário Rafael Vilela, destacou que “A pecuária continua fazendo investimento, fomentando novas oportunidades de mercado. A pecuária e a agricultura conseguem se sair bem e não sentem tanto os reflexos da crise, como bases setoriais da indústria. Mas entendo que para isso continuar, precisamos fortalecer o sindicato rural. Precisa ter mais união”.
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