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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Governo Dilma promete recursos para terminal de etanol e ferrovia

O pacote de ações, que totaliza R$ 198,4 bilhões, foi divulgado ontem (9) pela presidente Dilma Rousseff, mas não houve detalhamento sobre os prazos para esses investimentos saírem do papel.

Os aportes para o setor portuário no Programa de Investimentos em Logística do governo somam R$ 37,4 bilhões. Neste módulo, estão 63 projetos em análise, sendo cinco deles em municípios paulistas. O lote da União incluiu o futuro terminal aquaviário de Araçatuba, com investimento de R$ 63 milhões.

Esse terminal da Logum é parte do megaprojeto logístico que envolve a construção de terminais de embarque e dutos para escoamento do etanol produzido pelas usinas do Centro-Sul do País. Conforme divulgado anteriormente pela empresa, o empreendimento deve gerar aproximadamente 500 empregos diretos.

De acordo com informações da Logum à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o terminal de Araçatuba será responsável pela captação e armazenamento de etanol em uma região com raio de 200 quilômetros em torno de Araçatuba, abrangendo os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Bombeamento

A capacidade da futura unidade será de movimentar 4 milhões de metros cúbicos de combustível por ano. A expedição de produtos se dará por meio do bombeamento do combustível dos tanques, em terra, para barcaças e, por meio de navegação fluvial na hidrovia Tietê-Paraná, o produto será transportado para Anhembi (SP).

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Araçatuba, Carlos Farias, o terminal da Logum é estratégico para o País do ponto de vista de escoamento e distribuição do etanol e, futuramente, até derivados de petróleo. "O setor sucroalcooleiro precisa de investimentos em logística e transportes para elevação de sua competitividade", afirma, ressaltando que o projeto "deverá atrair novos investimentos, integrando vários serviços e gerando centenas de empregos no município".

Atrasos

Em outubro de 2012, a Logum já havia anunciado o primeiro adiamento do projeto para o último trimestre de 2013. O fato ocorreu após a Petrobras tornar público que não faria mais o aporte financeiro para o etanolduto de 1,3 mil quilômetros para ligar os Estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, por meio de dutos para o transporte do combustível.

Ainda em 2013, a Logum reviu, mais uma vez, o prazo para tirar o projeto logístico do papel. Conforme a empresa, a previsão foi alterada - e novamente descumprida - para o primeiro semestre deste ano, pois ainda estava na fase de elaboração do projeto executivo. A empresa é resultado da união da Camargo Corrêa (10%), Copersucar (20%), Raízen (20%), Odebrecht Transport Participações (20%), Petrobras (20%) e Uniduto Logística (10%).

Procurada pela reportagem, a Logum não se manifestou sobre a inclusão do projeto da empresa no pacote do governo e não informou prazos para o seu início. A Secretaria de Portos não descreveu como será o processo de análise, quais serão as próximas etapas para viabilizar o projeto e como será a contrapartida da empresa.

Ramal ferroviário ligará São Paulo a Mato Grosso do Sul

Os investimentos projetados pelo governo federal para o modal ferroviário incluem R$ 4,9 bilhões para concluir trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Anápolis (GO), Estrela D´Oeste (SP) e Três Lagoas (MS). O projeto global afeta diretamente áreas de sete municípios da região de Araçatuba: Sud Mennucci, Pereira Barreto, Ilha Solteira, Itapura, Andradina, Castilho e Nova Independência.

No investimento divulgado ontem, o governo considera um ramal ferroviário que fará conexão entre a região noroeste paulista e o município sul-mato-grossense de Três Lagoas. O trecho detalhado da linha não foi informado. Nesta nova etapa, o modelo de concessão será aperfeiçoado, garantiu o governo, que poderá optar entre realizar os leilões por maior valor de outorga, menor tarifa ou compartilhamento de investimento. Não há prazos.

Traçado

A empresa pública Valec, vinculada ao Ministério dos Transportes, tem concessão para a construção e operação da ferrovia Norte-Sul, cujo traçado, com extensão de 3,1 mil quilômetros, é iniciado em Belém, no Pará, e segue até o município de Panorama, na região de Presidente Prudente (SP). No entanto, essa linha ferroviária está programada para chegar até o Rio Grande do Sul.

Conforme a Valec, o projeto encontra-se em diferentes estágios. A linha já opera entre Açailândia, no Maranhão, e Palmas, no Tocantins; está com o trecho construído entre Palmas e Uruaçu, em Goiás; está em construção entre Anápolis, em Goiás, e Estrela D´Oeste, em São Paulo; e com estudo de viabilidade técnica definido para a linha entre Estrela D´Oeste e Panorama - trecho que também passará pela região de Araçatuba.
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