Olhar Agro & Negócios

Quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Notícias | Energia

PARA VENCER EUA

Maggi alerta que País perde competitividade quando o assunto é matriz energética; Mato Grosso é carro-chefe

Foto: André Corrêa / Agência Senado

Maggi alerta que País perde competitividade quando o assunto é matriz energética; Mato Grosso é carro-chefe
Considerado um dos mais ouvidos no Congresso Nacional entre os parlamentares que tratam de desenvolvimento econômico, o senador mato-grossense Blairo Maggi (PR) defendeu maior agressividade na política energética do Brasil, durante sessão na Comissão de Infraestrutura no Senado. Ele entende que o país possui o privilégio de dispor de condições hídricas favoráveis, com centenas de cursos d’água, como os existentes em Mato Grosso e Pará, passíveis para a construção de usinas hidrelétricas.


A Comissão de Infraestrutura avaliou o resultado de pesquisa feita pelo Data Senado, em parceria com a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, sobre as opiniões dos brasileiros acerca de políticas energéticas adotadas no Brasil.

Leia mais:
Ministro de Minas e Energia autoriza construção de Usina Termelétrica na região do Araguaia

Os números apontam que a população anseia por mudanças no setor, já que 97% declarou preocupação com as questões climáticas e 96% com a poluição do ar. Para Thiago Cortez Costa, assessor da Secretaria de Transparência do Senado Federal - responsável pela apresentação da pesquisa-, em outros países até as discussões sobre o tema são negadas.

Em recente entrevista para o Olhar Direto, Maggi já havia se manifestado sobre o assunto. “Eles negam o debate para evitar terem que mudar o padrão de desenvolvimento em seus países. Diferente do Brasil que a própria população quer essas transformações e esses projetos que gerem energia limpa”, argumentou o senador do PR de Mato Grosso.

Para 85% dos entrevistados, na pesquisa, é essencial que o País invista mais em energia eólica e solar, e, ainda, que as concessionárias de energia devam usar parte dos seus lucros para financiamento de projetos de avanço tecnológico nesses tipos de energia. Outros 76% defendem que parte dos impostos arrecadados pelo Governo Federal também sejam aplicados em políticas de incentivo à energia limpa.

Para Blairo Maggi, a questão vai além. Segundo cita, é preciso que a população entenda a viabilidade de cada iniciativa, já que o brasileiro ainda paga um alto preço pelo modelo adotado quando o assunto é meio ambiente.

“Nós, cidadãos brasileiros, pagamos caro pela política que foi estabelecida em nome da questão ambiental. Tudo em detrimento da produtividade e do ganho de escala desses projetos. Ocorre que o Brasil está em larga desvantagem em relação a outros países, quando têm matrizes energéticas ou produção de energia mais barata”, declarou Maggi.

Blairo lembra que é preciso repensar a forma como as informações norteiam as opiniões. A imprensa, segundo cita, tem papel decisivo nesse contexto.

“A imprensa, quando bombardeia, por exemplo, as construções de hidrelétricas, influencia diretamente na opinião da população. Porém, o mundo inteiro usa água de chuva, e reserva para depois usar, quando não tem mais”, pontuou ele.

“No Brasil, infelizmente, ainda não tivemos esse entendimento. Aqui quando a ‘reservação’ é permitida, o empresário tem que ter muita persistência para vencer as sucessivas liminares e conseguir gerar energia”, desabafou Maggi, que foi governador de Mato Grosso de 2003 até 2010.

Maggi encerrou sua participação no debate lembrando o caos vivido pelo setor nos últimos meses, como na cidade de São Paulo. “Penso que precisamos de áreas maiores para termos lagos que comportem a demanda em época de escassez de chuvas, por exemplo. Não tivemos um racionamento geral há alguns meses por que as termoelétricas foram acionadas, mas, por isso, o custo da energia no Brasil triplicou”, explicou.

A pesquisa

O Data Senado ouviu 1166 pessoas, em diversos estados brasileiros, por questionário feito via telefone, com os registros da Anatel. Ficou constatada a tendência do brasileiro em pagar mais pela energia que consome quando o custo maior estiver ligado à geração de energia limpa, à eficiência energética e da própria rede elétrica.

Obras concessionadas

Blairo Maggi enalteceu o interesse do governo Dilma em fazer frente aos grandes centros econômicos do mundo, buscando implementar no Brasil políticas de desenvolvimento por meio das concessões em infraestrutura.
Blairo Maggi refere-se à viagem do ministro Joaquim Levy, da Fazenda, aos Estados Unidos, segundo o parlamentar 'colocando o Brasil no caminho daqueles que podem mudar o olhar sobre a economia', justamente no centro das discussões, que é Nova York.

“Acompanhando as notícias dessa viagem, mantenho a esperança - já que o ministro sinaliza a data de maio próximo - para apresentar a todos um programa de concessões no Brasil. Não consigo ver nenhum horizonte em que o Executivo, com nossos parcos recursos, possa fazer frente à grande demanda de infraestrutura que temos no país. Graças a Deus, o pensamento do Executivo tem mudado, e a meu ver, o importante (na concessão ou privatização) é que cidadãos, industriários, empresários, todos em geral tenham à disposição a infraestrutura que o país precisa para gerar riqueza, alavancar os empregos dando dinamismo à economia nacional”, declarou Maggi.

Divergência de público x privado

Maggi relatou que no último final de semana teve a oportunidade de visitar, numa única rodovia, duas obras que estão sendo tocadas: uma por parte do DNIT, outra por parte de um trecho já concessionado, ambas na BR 163, em Mato Grosso.

“Reitero que é gritante a diferença, mudanças que acontecem do dia para noite. A parte que compete ao Executivo, via DNIT, conta com três empreiteiras no trecho de Rondonópolis à Cuiabá, compreendendo 212 quilômetros de extensão e vem se arrastando, sendo tocada com enorme dificuldade já que o Governo não consegue pagá-las nem pelos serviços que já foram prestados ainda no ano passado”, assegurou o senador do PR.

Blairo Maggi entende que o outro trecho, de Rondonópolis à divisa com Mato Grosso do Sul, parte concessionada, deve ter em torno de 1 mil máquinas trabalhando, 2 mil homens trabalhando. “A meta da Odebrecht é de até final do ano finalizar a duplicação de 110 quilômetros. Enquanto isso, o trecho que é de responsabilidade do Governo, em dois anos de obras, não ultrapassou os 30 quilômetros de execução”, comparou.

Maggi lembra que as obras nesta rodovia, a BR 163, são de extrema importância já que ‘por lá passam 15 mil carretas por dia, onde morrem dezenas de pessoas por semana, mas que simplesmente não funciona’, defendeu.


Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet