Uma comitiva com empresários e representantes da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) visitou laboratórios da Bayer na Alemanha e na Bélgica este mês para acompanhar o desenvolvimento dos mais recentes estudos tecnológicos para o combate às pragas.
O principal objetivo é buscar soluções inovadoras para conter o avanço do bicudo nas lavouras que, junto com a lagarta helicoverpa, tem sido a principal dor de cabeça dos cotonicultores.
De acordo com o diretor executivo da entidade,
Márcio Portocarrero, laboratórios como Bayer e outros localizados na Europa e Estados Unidos estão estudando formas de criar mutações genéticas que tornem estes insetos estéreis e que impeçam sua reprodução em larga escala.
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“O que está em desenvolvimento é o estudo sobre mutação das espécies. É uma área do conhecimento que está acima da engenharia genética. É uma etapa nova a ser vencida. Não é um esforço para mudar a planta. Mas, sim, para mudar o inseto”, afirmou ao
Agro Olhar.
Segundo ele, o surgimento do bicudo do algodoeiro é uma situação preocupante porque estas pragas estão se tornando resistentes aos defensivos usados atualmente.
"O setor precisa se organizar, criar áreas de refúgio, se atualizar e lançar mão da biotecnologia para combater as pragas e nos tornarmos competitivos", frisou Portocarrero ao lembrar que a tecnologia em desenvolvimento em outros países ainda depende de aprovação por parte de órgãos do poder público brasileiro para ser utilizada.
O número de aplicações de defensivos para combater o bicudo tem crescido a cada safra. A média é de 5 a 6 aplicações, mas há casos de até 15 aplicações e há relatos de até 30 aplicações em outros estados, segundo levantamento feito por pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Já a produção de algodão na safra 2014/2015 em Mato Grosso pode recuar cerca de 1% em decorrência aos altos custos de produção e os estoques mundiais de pluma em alta.