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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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PESQUISA

Apenas 1.2% das propriedades rurais recebem assistência técnica de cooperativas em MT

De acordo com a pesquisa, no Estado de Mato Grosso, apenas 1.26% das propriedades rurais recebem assistência técnica das cooperativas, contra 17,8% no Paraná, por exemplo.

Apesar de ser importante instrumento de geração de riqueza no campo, as cooperativas agrícolas estão pouco presentes nas áreas de fronteira agrícola brasileira, sobretudo em Mato Grosso. É o que apresenta um levantamento realizado pelo Programa de Estudos e Pesquisas em Cooperativismo da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP.

De acordo com a pesquisa, no Estado de Mato Grosso, apenas 1.26% das propriedades rurais recebem assistência técnica das cooperativas, contra 17,8% no Paraná, por exemplo. Também é baixo o número de estabelecimentos associados a cooperativas.

O estudo aponta que a relação dos cooperados com as cooperativas nas fronteiras agrícolas é menos intensa por causa da agricultura comercial, em larga escala. Isso é reflexo de regiões com propriedades rurais maiores, que possuem orientação técnica própria e diversos canais de distribuição. Sendo assim, a relação fica restrita a grandes transações de compra de insumos.

Em âmbito regional, a pesquisa da USP revelou que, no Centro Oeste, principal fronteira agrícola brasileira, apenas 18% dos estabelecimentos rurais são cooperativados, enquanto na região Sul esse número é de 38%.

Embora a área de lavouras temporárias (grãos e algodão) na região Centro Oeste tenha crescido mais de 400% em 36 anos - enquanto que no Sul esse crescimento foi de 43% -, mais de 92% das exportações realizadas pelas cooperativas agrícolas brasileiras seguem concentradas nos estados do Sul, São Paulo e Minas Gerais, tradicionais regiões de produção agropecuária.

“Relacionamos alguns fatores que podem explicar esta ausência. Por exemplo, o alto custo de oportunidade para a criação de novas cooperativas em comparação com os benefícios que elas poderiam proporcionar aos agricultores”, afirma o professor titular da FEA-RP e um dos autores do estudo, Sigismundo Bialoskorski Neto.

O artigo também destaca alguns dos possíveis fatores para esta baixa participação como o custo de ‘deslocalização’ das cooperativas tradicionais, o tamanho das propriedades, a escala nos negócios e a concorrência das grandes empresas transnacionais no fornecimento de assistência e venda de insumos.

Cooperativas – O estudo usou como base dados de listagem especial do Censo Agropecuário de 2006 do IBGE, informações das Melhores e Maiores do Agronegócio do Brasil da Revista Exame para os últimos dez anos e da Organização das Cooperativas Brasileira.

Os dados mostram que em 2010 existiam 1.548 cooperativas agrícolas com 943 mil produtores associados. Juntas, elas exportam US$ 4,4 bilhões, representando 5,7% da pauta agrícola brasileira. Em 2006, cerca de 7,6 % dos estabelecimentos agrícolas estavam associados em cooperativas. Por outro lado, estes mesmos estabelecimentos representavam 35% da renda do setor. A renda média dos estabelecimentos cooperados no Brasil é 276% superior a renda média nacional.

O artigo “Evolução do Agronegócio e do Cooperativismo Agropecuário Brasileiro: uma análise comparativa de desempenho e impacto econômico” foi desenvolvido pelo professor titular da FEA-RP, coordenador do Programa de Estudos em Cooperativismo, pesquisador só Center for Organization Studies e do Comitê de Pesquisa da Aliança Cooperativa Internacional, Sigismundo Bialoskorski Neto e pela Mestranda em Controladoria e Contabilidade da FEA-RP, Anelise Krauspenhar Pinto.

As informações iniciais são da USP, redigidas por Agroolhar.


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