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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Tecnologia

Drone é o nome da novidade que ajuda a inspecionar fazendas

Um espião particular para vistoriar, vigiar e tomar algumas providências na fazenda. Até parece um brinquedo, uma espécie de helicóptero em miniatura. O nome que se usa para identificá-lo vem do inglês: drone, que na tradução quer dizer zangão.

Carregando uma ou mais câmeras de vídeo, ele é controlado do chão, mas mostra do alto tudo o que está acontecendo em todos os cantos da propriedade. De origem militar, consagrado para espionagem, esta é a mais nova ferramenta para o produtor rural.

O agrônomo Denis Rogério Pretto é sócio de uma empresa que acha oportuno apostar no segmento dos drones agrícolas. Já até montaram uma unidade experimental e começaram a realizar testes pelo interior paulista.
Durante uma visita técnica a uma fazenda de eucaliptos, André Faggion, piloto de helicóptero e especialista em aeromodelismo é quem faz os ajustes nos drones. A câmera que um deles carrega tira fotos e faz filmagens de alta definição. Pode voar a até 60 metros de altura e, dependendo das condições, tem autonomia para ficar até 40 minutos no ar, período em que daria para documentar 40 hectares.

Uma estação meteorológica indica temperatura, pressão atmosférica, direção de vento e também serve de antena para facilitar a comunicação com o drone.

Equipado com computador de bordo e GPS que recebe sinais de oito satélites é possível fazer um sobrevoo milimetricamente preciso. No caso das florestas comerciais de eucalipto, um primeiro uso certo é no combate daquelas que trazem o maior prejuízo para a cultura: as formigas.

O jeito mais moderno até hoje era um serviço que envolve várias pessoas. O observador localiza o formigueiro e anota o ponto num aparelho georreferenciado. Os dados são transmitidos para uma central onde outros técnicos analisam as informações e geram um mapa para se fazer o combate. Todo o processo podia levar até uma semana.

A documentação feita pelo drone pode ser muito mais rápida e barata. Ele faz fotos precisas do capão de eucalipto e um aplicativo de reconhecimento de imagem não só vai localizar onde estão os formigueiros como já informar o tamanho que eles têm. Como é possível a transmissão de dados em tempo real, no dia seguinte a equipe de mata-formigas já tem condições de ir a campo fazer o controle.

São imensas as possibilidades dessa “espionagem do bem”. No município de São Carlos, também no interior de São Paulo, a Embrapa fechou parceria com o Laboratório de Robótica da USP para adaptação e produção de equipamentos, bem como o desenvolvimento de aplicativos que possam ajudar o agricultor, com voos programados automaticamente.
Lúcio Castro Jorge, pesquisador da Embrapa Instrumentação, explica que, com câmeras especiais e recursos de infravermelho, num único sobrevoo pode-se saber se uma plantação está sadia ou doente. Se está sofrendo com estresse hídrico, se um canavial tem falhas de pegamento, se um cafezal está com ferrugem, se o número de cabeças de uma boiada confere e assim por diante.

Fora os drones, começa a crescer também a utilização agrícola dos chamados Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs). São mini-aviões que até podem ser confundidos com aeromodelos, porém com muita tecnologia embarcada. Já têm uso consagrado no serviço aéreo para topografia. Agora, se capacitam como ferramenta agropecuária.

Giovani Amianti é diretor da indústria que está fabricando VANTs em São Carlos e que, recentemente, recebeu do Governo Federal certificação para voos de até 820 metros de altura. "O VANT tem uma capacidade muito grande de mapeamento de áreas extensas", explica.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) anunciou que até novembro sai a regulamentação do uso desses equipamentos, mas já baixou uma portaria determinando que é proibido voar com drones e VANTs em áreas habitadas.
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