Nesta quinta-feira (23), é celebrado o Dia Nacional do Plantio Direto, sistema agrícola que transformou o manejo do solo no Brasil desde a década de 1970 e tornou o país uma referência mundial em produtividade aliada à conservação ambiental. Em um cenário de crescente demanda global por alimentos, preservar o solo é mais do que uma técnica: é um compromisso com o futuro, defendido e incentivado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT).

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O Sistema de Plantio Direto (SPD) consiste em semear as culturas diretamente sobre a palhada da safra anterior, sem revolver o solo. Essa prática ajuda a conservar a fertilidade, reduzir a erosão, aumentar a infiltração de água e reter carbono no solo, contribuindo para uma agricultura mais sustentável.

Para o 2º Diretor Administrativo da Aprosoja MT, Jorge Diego Giacomelli, o plantio direto é um dos pilares da agricultura mato-grossense moderna.

“Para Mato Grosso, isso é uma revolução, porque os solos do Cerrado são muito pobres em fertilidade. O plantio direto melhora essa condição e possibilita a sucessão de culturas. Fazemos duas safras sobre o mesmo solo — soja sobre palhada de milho e milho sobre palhada de soja —, o que aumenta a produtividade, o sequestro de carbono e a rentabilidade do produtor”, afirmou.

Segundo Giacomelli, a Aprosoja MT fortalece o uso do sistema por meio dos Centros Tecnológicos (CTECNOs) Parecis e Araguaia, unidades de pesquisa mantidas pela entidade.

“Os CTECNOs desenvolvem estudos diretamente relacionados ao plantio direto, avaliando as melhores palhadas para cobertura do solo e divulgando os resultados aos produtores. Também realizamos Rodadas Técnicas em todos os núcleos da Aprosoja, demonstrando os benefícios e incentivando a adoção das práticas. Isso torna a agricultura mato-grossense mais sustentável e rentável do ponto de vista econômico”, explicou.

Os próximos passos da entidade envolvem intensificar pesquisas e ampliar a adoção do sistema, mantendo Mato Grosso na liderança da produção sustentável.

“A Aprosoja MT continuará fomentando pesquisas e Rodadas Técnicas para promover a troca de experiências. O produtor é um cientista no campo, e muitas inovações surgem dentro das propriedades. Quando ele compartilha essas práticas, todos evoluem. O plantio direto representa o presente e o futuro da nossa agricultura — unindo produtividade, conservação do solo, rentabilidade e sustentabilidade”, completou o diretor.

O vice-presidente Oeste da Aprosoja MT e produtor rural, Gilson Antunes de Melo, é um dos que adotaram o sistema em sua propriedade e destaca os resultados alcançados.

“O plantio direto é uma das melhores coisas que aconteceu na agricultura nos últimos tempos. O meio ambiente ganha porque o solo não é revolvido, há mais segurança no plantio e uma camada de palha mantém a umidade e reduz a temperatura do solo, favorecendo o desenvolvimento das plantas. Além disso, há menor uso de máquinas, combustível e uma redução significativa nos custos de produção. Utilizamos o sistema em 100% das nossas áreas porque entendemos que é a forma mais segura e sustentável de produzir”, afirmou.

Além dos ganhos produtivos, Gilson ressalta o impacto ambiental positivo e o compromisso dos produtores mato-grossenses com a sustentabilidade.

“Mais do que melhorar a lavoura, o produtor também se preocupa com o meio ambiente. O plantio direto pode sequestrar até duas toneladas de gás carbônico por hectare, e essa consciência está presente em todo o Estado, mostrando o comprometimento do agricultor com a natureza”, finalizou.

Com a celebração do Dia Nacional do Plantio Direto, a Aprosoja Mato Grosso reforça seu compromisso em promover uma agricultura cada vez mais sustentável, eficiente e alinhada às boas práticas de manejo do solo e dos recursos naturais, garantindo produtividade e conservação para as próximas gerações.