O ano que se encerra ficará marcado como um dos mais desafiadores da última década para o setor de base florestal brasileiro. Enfrentamos turbulências no mercado internacional e pressões externas que exigiram estratégia, união e capacidade de reação imediata. Entre elas, a aplicação da tarifa pelos Estados Unidos sobre produtos de madeira nativa, anunciada de forma inesperada, impactou nossas exportações e acendeu um alerta sobre a importância de diversificar destinos e buscar novas oportunidades.
 
Foi justamente nesse contexto que reforçamos uma diretriz essencial da nossa gestão: ampliar a presença do setor no exterior, abrir caminhos e reposicionar a madeira nativa de manejo sustentável como um produto competitivo, moderno e alinhado às exigências ambientais globais.
 
Em 2025, o Cipem integrou oficialmente uma grande missão, organizada pela Invest MT, à China, mercado estratégico de grande volume e crescente demanda por produtos sustentáveis; e aos Emirados Árabes Unidos, porta de entrada para todo o Oriente Médio e hub relevante para oportunidades logísticas e comerciais.
 
Também levamos o nome de Mato Grosso para discussões globais sobre sustentabilidade e engenharia da madeira. Tivemos participação no World Conference on Timber Engineering 2025, em Brisbane, na Austrália, onde ampliamos conexões com especialistas, pesquisadores e lideranças da construção em madeira. E, mais recentemente, no International Tropical Timber Council (ITTC), no Panamá, apresentando o modelo de manejo florestal adotado no estado.
 
Mas não basta só olhar para fora. Para que qualquer avanço seja duradouro, é preciso estar próximo de quem vive, diariamente, a realidade das indústrias, das estradas e dos desafios logísticos e ambientais. Por isso, percorremos todas as regiões produtoras com o projeto "Cipem na Estrada", uma iniciativa pensada para estar cada vez mais próximo de nossa base.
 
Seguindo a linha de crescimento é importante ressaltar o fomento a comercialização dos produtos florestais no mercado doméstico, duas importantes rodadas de negócios organizadas pelo Cipem e pelo Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal – FNBF demonstram a liderança e organização do setor florestal de Mato Grosso em franca ascensão apesar da dificuldade...
 
E mesmo em um ano desafiador, conquistamos avanços importantes. A retirada do imposto sobre o transporte de resíduos e cavaco, uma demanda antiga, finalmente tornou-se realidade. Também garantimos o congelamento do Fethab, medida essencial para reduzir custos de produção e manter a competitividade do setor. No campo da pesquisa, seguimos em frente ampliando os investimentos com o importante apoio do Governo do Estado, a exemplo dos Projetos: Atualização dos Herbários "Espécies arbóreas mais comercializadas no Mato Grosso" e de Formação Inicial e Continuada FIC – de qualificação profissional para Identificadores Florestais em parceria com IFMT Campus Juína, e a Universidade Federal Rural da Amazônia, porque investir no aperfeiçoamento da identificação das espécies é vital para a expansão do manejo florestal sustentável.
Todo esse trabalho só foi possível porque contamos com a confiança dos oito sindicatos que compõem o Cipem e dos empresários e produtores que, diariamente, defendem o desenvolvimento sustentável do setor. Cada reunião, cada emissão, cada projeto só se concretiza porque existe uma base forte, unida e comprometida.
 
Que 2026 seja um ano de novas conquistas, ainda mais união e mais oportunidades para todos nós. Contem comigo.