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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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A Agricultura brasileira está voando


Há uma estatística impressionante sobre a aviação agrícola no Brasil: cerca de 50% das aeronaves vendidas na última safra foram adquiridas para uso privado. Ou seja, produtores rurais estão investindo pesado na aplicação aérea como ferramenta para o tratamento de suas lavouras.

Num mercado que sempre foi direcionado para a prestação de serviços, as empresas que comercializam aviões agrícolas estão comemorando o avanço de sua participação sobre os chamados operadores privados (aqueles que possuem aeronaves para uso próprio e não prestam serviços). Só no ano passado mais de 100 aeronaves agrícolas novas foram acrescidas à frota nacional, que já ultrapassa a casa das 2000 unidades. Ou seja, em 2013 cerca de 50 aeronaves agrícolas foram compradas para uso privado. Não que o mercado de serviços no setor esteja reduzindo, ao contrário, mas há uma crescente percepção dos empresários rurais de que a aplicação aérea é ferramenta indispensável.

O curioso é que este processo ocorre no momento em que a aviação agrícola vem sofrendo pressões por conta de incidentes envolvendo casos de deriva. A deriva ocorre quando parte do produto aplicado se desloca para áreas vizinhas, com potencial de causar danos a outras lavouras e contaminação do ambiente. Apesar de extremamente segura se realizada de acordo com as recomendações, a aplicação aérea esteve de fato ligada recentemente a incidentes que repercutiram de maneira muito negativa na mídia, acirrando a disputa do setor com entidades ambientalistas que buscam impor restrições ao mercado.

Em meio a este processo, o setor aeroagrícola brasileiro vem buscando reagir. Com o apoio da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) e o do SINDAG (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), um programa denominado Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS) foi criado para certificar que os operadores atuam de acordo com critérios rigorosos quanto à sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Coordenado por universidades públicas e gerido pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF), o CAS já certificou 30 empresas apenas neste ano (de um total de 227 empresas), e espera que até 2017 pelo menos 75% dos operadores estejam certificados. Este movimento é uma resposta importante do setor às críticas, e sua qualificação será, certamente, benéfica para toda a sociedade.

Obs.: Temos foto do autor, caso precise.

Sobre a ANDEFedu

A ANDEFedu é a área da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) destinada à educação, que se dedica a planejar, organizar, inovar, desenvolver novas formas de educar e levar a responsabilidade socioambiental e as boas práticas agrícolas aos campos brasileiros.

Sua missão é atingir, incentivar e ser referência ao empresário rural, a pesquisadores e à sociedade brasileira, por meio de métodos que formem multiplicadores da sustentabilidade, visando a uma agricultura forte e sustentável para o país. Para isso, a ANDEFedu produz há mais de 40 anos conhecimento técnico-científico e melhores recursos para adoção de boas práticas agrícolas na agricultura.

Por esse trabalho de cooperação e a constante busca por melhores técnicas, a ANDEF e suas associadas se encontram em lugar de destaque no meio rural e acadêmico. Seu pioneirismo, sua criatividade, seu ímpeto, possibilitam diversos e excelentes resultados ao empresário rural do Brasil: novas tecnologias, responsabilidade socioambiental, conhecimento, informação, produtos altamente eficazes e, acima de tudo, educação à família rural.

Por Ulisses Rocha Antuniassi, Professor Titular do Departamento de Engenharia Rural FCA/UNESP - Botucatu/SP.

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