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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Serra do Mangaval, inércia e mortes

Reprodução/Internet

Sensibilizados com o sofrimento das muitas famílias de vítimas, temos, nos últimos dias, verificado trágicas notícias de graves acidentes automobilísticos na já tristemente famosa Serra do Mangaval, localizada na BR 070, rodovia de responsabilidade do governo federal. Em um intervalo de apenas seis dias dezenas de pessoas ficaram feridas e quatro morreram, sendo que, neste ano, somam sete óbitos conforme veiculado na imprensa. Contudo, o número de acidentes que coloca a vida dos condutores e passageiros em risco é muito maior, aliás, em alto risco.

A situação é extremamente delicada e se agrava com a frequência desses fatos, chegando a ser impressionante a inércia das autoridades, em especial do DNIT. Nesse sentido, tive a oportunidade de ouvir o desabafo do radialista cacerense Paulo Rocha, que paradoxalmente apresentava o seu programa Manhã Festiva, mas abriu espaço para reverberar o clamor da população de Cáceres e região, bem como de todos aqueles que necessitam trafegar por essa rodovia, para a tomada de urgentes providências por parte das autoridades - a fim de que mais mortes sejam evitadas. As marcas nos paredões existentes em trechos da serra denunciam os muitos impactos de veículos que ocorrem cotidianamente e corroboram para a justificada cobrança.

Pelas características da rodovia no local grande parte dos acidentes, por exemplo, têm acontecido nas primeiras curvas de cada sentido, repentinas e acentuadas, com parte em declive. Mesmo o condutor mais atencioso, em razão da ausência total de sinalização no trecho, não tem a segurança devida e corre o alto risco de ser surpreendido. Excessos de velocidade e outras condutas inadequadas de condutores de veículos, grandes e pequenos, também devem ser combatidos.

A instalação de radares, anunciada algumas vezes e ainda não levada a efeito, é uma parte de possível solução, sendo inadiável a implantação de sinalização vertical e horizontal, além de outras medidas imediatas que alertem dos perigos e orientem adequadamente os motoristas.

Tais providências e outras tecnicamente cabíveis precisam ser adotadas logo, pois, por mais que se aleguem a burocracia e os sempre extensos prazos, é inaceitável continuarmos apenas a assistir o aumento de vítimas.

O grave problema não é novo e os impostos são cobrados rigorosamente, assim não se justifica que os órgãos federais responsáveis não tenham planejado solução e já resolvido dificuldades orçamentárias ou financeiras para que cumpram o seu papel, muito menos que a bancada de Mato Grosso em Brasília não o tenha exigido suficientemente do governo federal. Preocupante, ainda, que os representantes estaduais não ajam com maior comprometimento na questão, cobrem a quem de direito e acionem o governo do Estado para que também o faça.


* Carlos Brito é agente político, foi deputado estadual por dois mandatos, exerceu importantes cargos públicos e é candidato neste ano.

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