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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Semeadura de soja e a escolha de cultivares

A escolha das cultivares de soja a serem utilizadas em cada safra é um ponto importante na busca de bons resultados de produção.

Às vezes este aspecto passa despercebido do produtor, pois ao longo dos anos, ele vai fazendo os ajustes de variedades no seu sistema de produção, definindo as cultivares quase que automaticamente, dentro do que o mercado disponibiliza para aquela safra.

Inicialmente, deve-se considerar se as áreas a serem semeadas são áreas já tradicionalmente cultivadas e que tem um histórico de produção, ou são áreas de abertura ou de início de agricultura. Neste último caso, deve-se considerar a fertilidade original e a acidez do solo e o nível de correção realizado. Nas áreas já em cultivo deve-se considerar o nível de acidez e fertilidade do solo, e o nível de correção e de adubação utilizados.

Visto isto, já se pode pensar nas cultivares adaptadas a estas condições e, dentro disso, as que podem apresentar melhor produtividade.

A época de semeadura também é um fator que interfere na escolha das cultivares preferenciais. Assim como há aquelas mais indicadas para cada período de semeadura, há cultivares que são mais produtivas e competitivas em períodos mais específicos.

O ciclo das cultivares também é um fator de escolha, visando escalonamento de semeadura e de colheita aliado a busca de um bom resultado de produção, além de procurar não concentrar excessivamente a fase de granação, para amenizar o risco de ser atingido por adversidades climáticas na fase mais crítica da cultura.

A condição natural de umidade do solo, solos úmidos ou solos secos também influenciam na escolha da melhor cultivar, devido à tolerância das cultivares à solos úmidos, ou de maior tolerância à seca.

A existência de problemas específicos numa área, tais como doenças de solo, nematóides, superfície do solo muito irregular, ou outro qualquer problema, exigem a escolha de uma cultivar mais indicada para contornar a adversidade específica do local.

Como o melhoramento de soja é dinâmico, e a cada ano novas cultivares são recomendadas, os técnicos e produtores devem manter-se atualizados e optar por novas cultivares quando estas demonstrarem viabilidade, sempre considerando a realidade de cada área e os objetivos que o produtor pretende alcançar.

Carlos Pitol é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 1981), especializado em manejo do solo e do estado nutricional de plantas pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE, 1999). Atua como pesquisador do setor de Fitotecnia Soja da Fundação MS.

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