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Situação de emergência é decretada em Sorriso nas áreas afetadas pela estiagem

Da Redação - Viviane Petroli

Sorriso decretou situação de emergência nas áreas produtivas afetadas pela estiagem entre os meses de setembro e começo de dezembro em 2015, período de plantio da soja. As regiões Norte e Médio-Norte estão entre as mais afetadas pelo stress hídrico. Em algumas lavouras os produtores optaram em semear milho em cima da soja, visto a produtividade constata ter sido na casa de três sacas por hectare.

O Decreto de Situação de Emergência, conforme a Prefeitura de Sorriso, terá vigência de 90 dias. A medida é necessária devido à irregularidade de quantidade e distribuição das chuvas no município, o que causou perdas significativas nas lavouras. Segundo relatos de produtores ao Agro Olhar, em uma mesma lavoura foi possível constatar a ausência e presença de chuva em diferentes talhões.

Ao menos seis cidades localizadas nas regiões Médio-Norte e Norte devem ter situação de emergência declarada por crise econômica em decorrência a falta de chuva no período de floração da soja: Sorriso, Vera, Feliz Natal, Ipiranga do Norte, Nova Mutum, Nova Ubiratã e Gaúcha do Norte.

Além de Sorriso, Ipiranga do Norte também decretou situação de emergência em decorrência ao stress hídrico.

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O Decreto de Situação de Emergência pode garantir reparações legais aos produtores rurais quanto ao cumprimento de seus compromissos com compradores e bancos financiadores, por exemplo, pois trata-se de um prejuízo provocado por questões climáticas.

De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Sorriso, Afrânio Migliari, a decisão de decretar a situação de emergência levou em consideração à base econômica do município que é a agricultura, uma vez que a "falta de chuvas provocou perdas significativas nas lavouras, implicando seriamente na redução da receita futura do município. O reflexo das perdas deve aparecer no segundo semestre, quando o comércio local irá sentir com mais intensidade os impactos, pois tivemos perdas não apenas nas grandes propriedades, mas também na agricultura familiar”.

Migliari destaca, ainda, que a Prefeitura de Sorriso desde dezembro acompanha a situação das lavouras do município, juntamente com a Defesa Civil de Mato Grosso. "Solicitamos laudos dos agrônomos para constatarmos a quantidade de fazendas e as principais localidades que apresentavam esse stress climático causado pela falta de água e o calor muito intenso”.

Como o Agro Olhar comentou recentemente, no dia 05 de fevereiro produtores rurais de Sorriso reuniram-se com a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e apresentaram a situação constatada nas lavouras do município.

Em algumas propriedades, como relatou à reportagem o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e produtor em Sorriso recentemente, Elso Pozzobon, o que tem visto “é uma produtividade pior do que se imagina onde o stress hídrico foi mais forte”. “Recebemos relatos de produtores que plantaram milho em cima da soja, ou seja, não colheram a oleaginosa por verificar que a produtividade na área era de em torno de três sacas por hectare. Aqui em Sorriso, temos o caso de um produtor que plantou 1,2 mil hectares de soja e colheu em média 16 sacas por hectare”.

A estimativa hoje é que a quebra de safra supere as 1,250 milhão de toneladas previstas para o estado. “Para confirmar o real volume temos que esperar a colheita encerrar. Nesta safra em uma mesma propriedade constatou-se situações diferentes na lavoura, por exemplo”, afirmou Pozzobon ao Agro Olhar.
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