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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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MT deve priorizar industrialização; mercados são cada vez mais exigentes

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

MT deve priorizar industrialização; mercados são cada vez mais exigentes
Gigante em produção e produtividade de commodities, Mato Grosso deve investir maciçamente em industrialização, nas próximas duas décadas, para agregar valor e manter sua competitividade no mercado internacional. A constatação partiu dos líderes da agropecuária, durante o AgroMT, nesta segunda-feira (9), no Parque de Exposição Jonas Pinheiro, em sabatina com o ministro da Agricultura e Pecuária, senador Blairo Maggi (PP).
 
O fato de ser considerado celeiro do mundo e campeão em exportação de produtos primários e semi-elaborados deve ser alterando nos próximos 20 anos, com a instalação de indústrias. A sugestão de Maggi é de que Mato Grosso consiga atrair agroindústrias para regiões estratégicas, como Cuiabá, Rondonópolis, Sinop, Sorriso, Barra do Garças, Cáceres, Alta Floresta, Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, entre outros municípios.

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“A tendência é ir se ampliando essa necessidade [de industrialização]. O posicionamento geográfico de Cuiabá e como centro político é muito importante, para atrair investimentos”, observou Maggi, para a reportagem do Olhar Direto.
 
O ministro da Agricultura classificou como “efeitos colaterais” a venda de grãos a preço maior, para o exterior, porque impacta na produção de frangos, suínos e bovinos. “O Brasil está ganhando um prêmio na soja. Mas vem os efeitos colaterais disso: avéns, suínos e bovinos. Se o Brasil está vendo grãos mais caro, para fora, em comparação com Estados Unidos, significa que nosso custo de produção de suínos, frangos e bovinos, é mais caro do que os concorrentes de fora. É um prejuízo para nós. A indústria de esmagamento de soja do Brasil começam a ter problemas, porque não conseguem vender o sue óleo para o mercado europeu, por exemplo”, sintetizou Maggi.
  
A ampliação de linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo de Desenvolvimento do Centro Oeste (FCO) é um trabalho fortalecido pela bancada de Mato Grosso, no Congresso Nacional. “Temos incomodado os mercados internacionais, que nos prejudicam com a guerra comercial. Então, atrair indústrias para Mato Grosso e Amazônia Legal, no médio prazo, se torna indispensável”, ensinou senador José Aparecido Cidinho Santos (PR).
 
Ari Mohamed, do Sudão, ex-ministro das Relações Exteriores, busca máquinas e equipamentos.  Sudão
 
Gargalo da logística
 
Vencer os desafios da logística foi outro ponto importante da pauta de abertura do AgroMT. Maggi disse que a prioridade é o investimento em ferrovias, para cortar Mato Grosso e o Oeste do Brasil. A Ferronorte chegou a Rondonópolis há mais de 10 anos e não avançou.
 
“Todos nós trabalhos muito para que as ferrovias cheguem a Mato Grosso, pretendo ver o Estado cortado por ferrovias de leste a oeste e norte a sul, em cruzamento na altura de Lucas do Rio Verde ou Sorriso. Isso vai acontecer, mas não sei em quanto tempo”, argumentou ele.
 
O ministro da Agricultura e Pecuária recorda que lançou a semente da Ferrovia do Centro-Oeste com o então diretor do Departamento de Infraestrutura Terrestre (Dnit), Luiz Antônio Pagot, em 2009.
 
“Desejamos ver a Ferrovia que sai de Sinop para Miritituba, no Pará; e a Ferrovia Fico, em sua primeira fase, nas imediações  de Água Boa e Canarana. Isso é muito importante, porque ferrovia a melhora a competitividade. Dá impulso na pecuária e na agricultura da região e nós pensamos nisso, com o Pagot, lá atrás. Às vezes um sonho demora a ser realizado, mas chega o momento em que acontece”, complementou o ministro.
 
Greve dos caminhoneiros
 
Blairo Maggi e o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan, fizeram uma análise sobre o possível tabelamento de frete, anunciado pelos caminhoneiros, sob risco de fazerem nova greve.  O ministro observou que a sociedade está a favor da produção, que a safra não pode parar e que será encontrada uma solução na livre negociação.
 
Já Antônio Galvan foi mais duro.  “Não aceitamos ficar refém de aproveitadores”, detonou ele. Ele relata que os estoques estão parados dentro dos armazéns e que, ao mesmo tempo, os produtores colhem a safra de milho.
 
O presidente da Aprosoja também não apoia a definição de um preço mínimo para os fretes, já que ele acredita que é a oferta e a demanda que devem regular essa situação. A conta também começou a chegar na população urbana de modo geral, como ele visualiza.
 
Agenda anual
 
O presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge pires de Miranda, explicou que o AgroMT é voltado para discussão da produtividade, logística, equipamentos e tecnologia. Ele observou que o Parque de Exposições Jonas Pinheiro está sendo reformado para ser utilizado o ano inteiro e não somente na Exposição Agropecuária de Cuiabá (Expoagro).
 
“O desafio é que possa transformar o evento num catalisador e gerador de conhecimento para os produtores mato-grossenses”, disse Jorge Pires, para a reportagem do Olhar Direto.
 
“Nossa meta é transformar o Parque de Exposição num centro de eventos, aproveitando toda a infraestrutura e facilidade de logística da qual dispomos, em Cuiabá. Nós teremos vários eventos durante o ano todo. E o AgroMT é um dos eventos. Teremos a tradicional Expoagro, que neste ano não pudemos realizar por causa das obras”, sintetizou Jorge Pires.

Por incompatibilidade de agenda, o governador José Pedro Taques (PSDB) não compareceu ao evento e foi representado pelos secretários Leopoldo Mendonça, de Estado de Desenvolvimento Econômico; e Marcelo Duarte Monteiro, de Infraestrutura e Logística. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), de Cuiabá, também não compareceu.
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