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Locatelli abandona reunião com Taques e diz que mudará empresa para outro Estado

28 Mai 2018 - 17:15

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Érika Oliveira

Foto: Reprodução

Locatelli abandona reunião com Taques e diz que mudará empresa para outro Estado
O empresário do ramo de combustíveis, Aldo Locatelli, abandonou uma reunião com o governador Pedro Taques (PSDB), na tarde desta segunda-feira (28) irritado com o que chamou de falta de diálogo do tucano. Além disto, afirmou que irá mudar a sua empresa para outro Estado, já que lá receberá incentivos: “Em Curitiba (PR) eu ganhou um caminhão para cada dez”.

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“Viemos várias vezes falar com o governador. Estou saindo mais cedo porque não vou perder tempo. O governador não entende. Você tem que pensar que quando aumenta óleo diesel da Petrobrás, cria-se uma cadeia produtiva de imposto. É uma vergonha. Imagina que sua empresa tem 100 automóveis, então preciso fazer 100 notas, não posso fazer tudo em uma só”, comentou o empresário.
 
Locatelli ainda surpreendeu e afirmou que irá mudar sua empresa para outro Estado: “Vou ser o primeiro a tirar minhas empresas de transporte daqui. Se eu for para Curitiba, deixar só uma filial aqui, a cada dez caminhões eu ganho um de presente. Caminhão custa R$ 400 mil. Quem é louco de ficar aqui?”.
 
“Eles não querem ouvir e não tem problema nenhum. É direito dele, mas o mandato termina daqui uns dias. Já lutei com gestores anteriores, mas não adianta. Não tenho esperança nenhuma, vim porque os colegas pediram. Minha sugestão é ter uma delegacia especializada em combustível. Queríamos que a cada dois pontos percentuais que aumenta arrecadação, baixasse um. Quando aumenta, vem um aumento junto. É um Estado insaciável, dirigido – segundo as pesquisas – mau. Estou de passagem, indo para outro Estado. É bom para a gente aprender”, acrescentou o empresário.
 
O empresário classificou o acordo aceito por Michel Temer como temerário: “É algo que pode ser revisto daqui a três meses. Esta greve não tem dono. Andei três Estados e várias cidades. Os motoristas acham que eles ganharam a Copa do Mundo no terceiro dia. Pararam o Brasil. Tem gente perdendo leite, com galinha morrendo e mesmo assim apoiando a paralisação. Nunca vi isso na minha vida”.
 
“A Petrobrás é nossa, mas o que a gente ganhou com ela até hoje? Estamos pagando conta dos bandidos. O governo não tem boa vontade, já vim aqui cinco ou seis vezes”, finalizou o empresário.
 
O secretário de Fazenda Rogério Gallo descartou a redução de imposto para diminuir o preço do combustível em Mato Grosso e avaliou que para cada um ponto percentual reduzido na gasolina e no óleo diesel, o Estado terá o impacto de R$ 100 milhões.
 
“Na gasolina, Mato Grosso tem a menor alíquota do Brasil. No diesel, a nossa alíquota está na média nacional, existem alíquota do diesel maiores que a nossa no país. A cada um ponto percentual que nós reduzimos tanto a gasolina, quanto o diesel, vai implicar mais ou menos em uma conta de R$ 100 milhões por mês a menos para o Estado. Isso é muito significativo para um Estado que tem uma arrecadação de R$ 116 bilhões, que tem muitas atividades, muitas missões e uma responsabilidade enorme”, explicou o titular da Sefaz em entrevista à rádio Capital FM.
 
No domingo, Temer anunciou novas medidas em mais uma tentativa de por fim à paralisação dos caminhoneiros. Entre elas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias, e a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. Durante o pronunciamento, foram registrados panelaços em vários Estados.
 
Esta redução de R$ 0,46 no preço do diesel custará ao governo R$ 10 bilhões. Conforme o Palácio do Planalto, os recursos serão cobertos pelo Tesouro via crédito extraordinário.
 
A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã da última segunda-feira (21). Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica. A PRF mantêm o diálogo com os caminhoneiros.
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