Olhar Agro & Negócios

Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Notícias | Agronegócio

Pecuária evita desmatamento de 16 milhões de hectares em MT

A pecuária mato-grossense deixou de desmatar 16,891 milhões de hectares entre os anos de 1.996 e 2011, área equivalente ao Estado do Acre ou às da Grécia e da Suíça juntas. Esta ‘economia’ na abertura de novas áreas é consequência do uso de tecnologia para o aumento da produtividade, isto é, atualmente há mais animais por hectare do que há 16 anos. O levantamento feito pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) aponta que a taxa de ocupação das pastagens passou de 0,72 animal por hectare em 1.996 para 1,17 em 2011.


Esta evolução no sistema de produção da proteína vermelha é resultado do investimento dos pecuaristas em tecnologia, como melhoramento de pastagem e genética, e também da conscientização dos mesmos com relação à responsabilidade socioambiental. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, afirma que o modelo da pecuária está mudando por iniciativa própria dos pecuaristas, que estão intensificando a produção com uso de novas técnicas. “Os pecuaristas perceberam que é possível aumentar a produtividade sem precisar abrir novas áreas e decidiram fazer isso sem incentivos ou ajudas, até porque as linhas de crédito existentes não são compatíveis à cadeia da pecuária”.

Somente nos últimos quatro anos analisados, entre 2008 e 2011, o crescimento na produtividade foi de 16,38%, passando de 1,01 para 1,17 animais por hectare. Este aumento é resultado do crescimento do rebanho, que passou de cerca de 26 milhões de animais em 2008 para 29 milhões até o ano passado, alta de 12,48%, e da redução da área de pastagem, que caiu de aproximadamente 26 milhões de hectares para 24.9 milhões, queda percentual de 3,47.

De acordo com a pesquisa feita por meio da base de dados da Nasa sobreposta às imagens do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), Mato Grosso registra três ciclos dentro da pecuária com relação à pastagem. Entre os anos de 1.996 e 2005 houve a fase de crescimento, quando foram abertos 3,947 milhões de hectares para pastagem. Nos anos de 2006 a 2008 houve manutenção da área de pastagem, com pequena variação de 0,35% no período, e entre 2009 e 2011 iniciou o processo de redução de área, com a diminuição de 863.871 mil hectares.

Municípios
A Acrimat avaliou os principais municípios onde há atividade pecuária e registrou os locais em que houve maiores reduções e aumentos de área de pastagem. A cidade de Querência registrou um declínio de 90.745 mil hectares entre 2008 e 2011, ou seja, perda de 47% do total registrado há dois anos, quando a pastagem era equivalente a 202,7 mil hectares.

Na mesma região, São Félix do Araguaia perdeu 57,8 mil hectares de pastagem, uma área pequena se comparada ao total de 654 mil hectares, porém representativa. Luciano Vacari destaca que a região do Araguaia é a que tem transferido mais áreas de pastagens para a agricultura, o que não é um problema se pensar que o rebanho continua em expansão no Estado, mas que é preciso analisar os motivos da migração dos produtores. “Se os pecuaristas estão deixando de criar gado para plantar é porque sua renda está comprometida. O fato de as commodities estarem valorizadas contribui para o processo, mas não é fator preponderante”, afirma ao comentar que a pecuária precisa de incentivos e facilidades de acesso ao crédito como ocorre na agricultura.

Outras cidades que tiveram redução registrada da área de pastagem foram Nova Mutum (30%), Nova Maringá (23%), Nova Ubiratã (25%) e Campo Novo dos Parecis (38%).
Entre os municípios que registraram aumento de área de pastagem, Cuiabá dobrou sua área, porém a Capital tem participação relativamente pequena na produção. Sua área passou de 58 mil hectares para 126 mil, aproximadamente. Em Alto Araguaia (a 418 km a Sudeste), houve um aumento de 83 mil hectares no período avaliado.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
Sitevip Internet