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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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a vez da ureia

Mato Grosso e Bolívia avançam em negociação de comércio de insumos para produção rural

Foto: Reprodução

Mato Grosso e Bolívia avançam em negociação de comércio de insumos para produção rural
Um insumo desconhecido da maioria dos brasileiros, a ureia, deve servir de degrau para que o governo de Mato Grosso e o governo da Bolívia avancem nas negociações econômicas. Em reunião realizada nesta segunda-feira (03) com o ministro de Hidrocarbonetos do país vizinho, Luiz Alberto Sánchez, e o vice-governador Carlos Fávaro, a ureia surgiu como uma das possibilidades de mercado.

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A ureia é produzida pelo país andino como derivado do gás natural e chama atenção principalmente dos produtores rurais, uma vez que é utilizada na produção de fertilizantes e como ração para o gado. Entre as duas culturas que mais demandam este insumo, o milho e o algodão, Mato Grosso é o responsável por 32% e 67% da produção, respectivamente.

A capacidade de produção boliviana de ureia está em torno de 600 mil toneladas por ano, desse montante 65% deve ser destinado para o Brasil. Em 2013, o governo boliviano tentou realizar uma dita “venda casada” do insumo ao governo brasileiro, negociando a ureia junto à renovação do contrato de concessão de gás natural.

Além de demanda e potencial, as possíveis rotas para o transporte desse insumo também foram tratadas na reunião. Uma das possibilidades estudadas, em curto prazo, é a importação a partir de Porto de Suarez, com transporte rodoviário via Corumbá (MS), Aquidauana (MS) e Campo Grande (MS) até chegar a Rondonópolis, onde estão instaladas as principais indústrias que utilizam essa matéria prima. Em médio prazo, são analisadas possibilidades via hidrovia e ferrovia.

“A Bolívia tem interesse de vender a ureia porque eles vão iniciar produção e precisam conquistar mercado. Nós somos grandes produtores consumidores de ureia.”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk.

Gás natural

Durante o encontro, Pedro Taques também reafirmou o interesse na importação do gás boliviano e a necessidade de renovação do fornecimento para que haja crescimento industrial em Mato Grosso.

“Fornecimento firme de gás da Bolívia para que possamos alargar o consumo de gás em Mato Grosso, que é uma matriz energética bem mais barata que a energia elétrica”, frisou.

Em 2013, o governo boliviano tentou realizar uma dita “venda casada” do insumo ao governo brasileiro, negociando a ureia junto à renovação do contrato de concessão de gás natural.

O ano de 2019 é data para o fim do contrato de concessão de gás natural firmado entra a Bolívia e a Petrobrás. Na iminência da data, os bolivianos pretendem manter as vendas e já preparam novas reuniões com representantes brasileiros.

Nos dias 12 e 13 de abril, o Estado vai se reunir novamente com representantes do governo boliviano, dessa vez no próprio país andino, com a possibilidade de participação do presidente Evo Moralles. Também devem participar da reunião os governadores de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, que têm interesse no gás.

Essa será a oportunidade para Mato Grosso afinar as parcerias com o país vizinho, com assinatura de protocolos de intenção para a continuidade e o fortalecimento das relações comerciais entre as duas instituições. Na oportunidade, também serão tratados a pavimentação dos 315 km entre San Matias e San Inacio, em território boliviano, e a questão alfandegária do aeroporto de Santa Cruz de la Sierra, para que a linha entre Mato Grosso e Bolívia comece a operar.

Carlos Fávaro sugeriu que para esse encontro sejam convidadas também as empresas (trading) brasileiras interessadas no comércio de ureia e que atuam diretamente em Mato Grosso, principalmente em Rondonópolis. “Sabemos que o comércio inter-regional ente Mato Grosso e Bolívia é algo que tem futuro e precisamos trabalhar as parcerias”, pontuou.
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