O gráfico abaixo foi elaborado em dois eixos distintos (o da esquerda, principal, relativo aos preços do segundo semestre de 2011; o da direita, secundário, relativo aos preços do semestre corrente) apenas como forma de demonstrar, didaticamente, que desde o início do segundo semestre e até poucos dias atrás o mercado do frango abatido funcionou exatamente como há um ano atrás, nas mesmas ocasiões.



Em outras palavras e citando apenas um exemplo, a alta de quase 17% obtida pelo produto de julho para agosto deste ano foi atribuída à elevação dos preços das matérias-primas, fator que elevou sobremaneira os custos de produção, a ponto de colocar diversas empresas do setor no caminho da insolvência. Pois bem: em 2011, na mesma ocasião e sem que os custos representassem o ônus atual, o frango abatido obteve valorização ainda maior, de mais de 18%.

Em suma, desde o início de julho e até a primeira quinzena de novembro o comportamento foi praticamente idêntico ao do mesmo período do ano passado. E a mudança efetiva, que deveria ter ocorrido mais cedo, só começou a acontecer agora, na virada da primeira para a segunda quinzena. Pois, desde então, em vez de apresentar o recuo natural observado há um ano ou, mesmo, nos meses anteriores, o frango abatido continua em alta.

Como, a partir deste próximo final de semana (ou seja, em no máximo três dias) começa o movimento das Festas, as altas tendem a uma aceleração e devem apresentar movimento oposto ao do final do ano passado. Pois enquanto há um ano a produção excedeu as possibilidades de consumo (a ponto de serem gerados excedentes, repassados para 2012), desta vez a expectativa é de falta de produto. Mas – é sempre bom que fique claro – não por culpa da avicultura.