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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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COMÉRCIO EXTERIOR

Estreitamento entre Brasil e China pode ampliar comércio e atrair investimentos, diz CNA

Foto: Assessoria - arquivo

Presidente da CNA recebeu comitiva de chineses

Presidente da CNA recebeu comitiva de chineses

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), defendeu, nesta terça-feira (27), em Brasília, o estreitamento das relações de confiança entre Brasil e China como forma de ampliar o volume de comércio e atrair investimentos.

Na abertura do Encontro CNA Brasil-China, organizado pela entidade para apresentar as potencialidades do setor agropecuário brasileiro à autoridades e empresários chineses que visitam o Brasil nesta semana, Abreu citou o potencial consumidor desse mercado e lembrou a meta do governo chinês de dobrar a renda per capita da sua população até 2020. Acrescentou que 500 milhões de chineses devem ascender para a classe média e que 300 milhões sairão do campo e irão morar nas cidades nos próximos anos, ampliando, assim, a demanda por alimentos.

“O Brasil tem terra, clima e segurança jurídica, condições essenciais para que os empresários chineses possam prosperar”, afirmou a presidente da CNA.

Citando dados do Banco Mundial, a senadora Kátia Abreu lembrou que a China deve ampliar o volume de importações de alimentos nos próximos anos. As importações de soja devem aumentar 67% até 2016. A demanda por carne de frango deve crescer 55% nos próximos quatro anos. Para a carne suína, a perspectiva é de crescimento de 42% no volume de compras.

De acordo com a presidente da CNA, uma das metas é liberar o maior número possível de plantas processadoras de carne suína para vendas para a China. “Poucas plantas brasileiras têm autorização para venda para a China, mas o governo conseguiu liberar oito plantas, o que deve ampliar as vendas brasileiras”, afirmou a senadora.

Ela citou, ainda, que o Brasil abastece apenas 10% do mercado da China com carne bovina, competindo com a Austrália, que leva vantagem nesse comércio em função da localização geográfica do país. “Vamos eliminar a diferença territorial baixando o custo Brasil”, comentou.

A presidente da CNA informou que a China tem US$ 30 bilhões para investir na América Latina nos próximos anos e que esses investimentos devem ser direcionados para projetos rentáveis. Lembrou que o Brasil é um grande exportador de alimentos, mas que o mercado interno é um grande consumidor. Para viabilizar os investimentos locais, a CNA terá um banco de dados com projetos para várias áreas, de diversos tamanhos, que necessitam de financiamentos. Todos os produtores, independente do tamanho de suas propriedades, poderão ter projetos catalogados.

“Grandes empresas conseguem fazer joint ventures. Pequenos e médios produtores e empresas do agronegócio são eficientes, mas têm dificuldades para fazer essa interlocução”, afirmou a senadora, ressaltando a importância da interlocução da CNA no processo de aproximação entre os empresários dos dois países, demanda que ficou clara durante as reuniões que a senadora Kátia Abreu teve durante as duas visitas que fez este ano à China.

Também no encontro, os empresários e autoridades chineses tiveram a oportunidade de conhecer o agronegócio brasileiro e as possibilidades de negócios para ampliar o comércio e consolidar parcerias entre os dois países. Neste aspecto, um dos temas abordados foi a infraestrutura e logística, em palestra do consultor da CNA, Luiz Antônio Fayet. Ele falou sobre a posição estratégica que o Brasil terá, daqui a uma década, como fornecedor mundial de produtos do agronegócio, responsável por 50% do abastecimento mundial de alimentos. No entanto, ressaltou, as condições de infraestrutura e logística precisam acompanhar o crescimento da produção e das exportações brasileiras.

Fayet Lembrou que 60% da soja brasileira têm como destino o mercado asiático, daí a necessidade de se firmar parcerias com os chineses para investimentos em infraestrutura, para que os produtos brasileiros cheguem de forma mais ágil e barata à China. Neste contexto, uma das alternativas seria a injeção de recursos no Corredor do Arco Norte, que contempla portos, hidrovias e rodovias das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, responsáveis por mais de 50% da produção brasileira de soja e milho.

A irrigação foi outro tema tratado no encontro. O coordenador de Articulação e Comunicação da Agência Nacional de Águas (ANA), Antônio Félix Domingues, fez um panorama sobre o potencial da irrigação no Brasil, que hoje é de 29 milhões de hectares, dos quais 20 milhões nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Hoje, a atividade irrigada ocupa 8% da área agricultável no Brasil e responde por 35% da renda do agronegócio brasileiro. Ele destacou, também, o potencial hídrico do Brasil para a irrigação. O país possui, atualmente, 12% da água doce do mundo, além de 27 sistemas aqüíferos, que são reservas de água subterrâneas. Lembrou, ainda, a evolução do Brasil no uso racional da água.

“Há 40 anos, eram necessários 5,7 mil litros para se produzir um quilo de arroz. Hoje são utilizados apenas mil litros, graças à tecnologia que implantamos”, enfatizou Domingues. O consultor Celso Contin fez uma apresentação sobre o tema “Como investir no Brasil”, abordando os principais aspectos da legislação brasileira para investimentos estrangeiros no Brasil, mencionando pontos como os tipos de investimentos permitidos no País, registros de capitais, exportações, importação e as normas trabalhistas. Participaram do painel sobre oportunidades de investimento em Aquicultura Eduardo Ono e José Eduardo Barbosa; além de André Sório, no painel sobre oportunidades de investimento em ovinocultura. Laércio Couto e o deputado Irajá Abreu falaram sobre oportunidades de investimentos em produtos florestais.
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