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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Baixa produtividade da soja em Mato Grosso é influenciada pelo clima, diz Embrapa

Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar

Relatório sobre a produtividade da soja na safra 2015/2016 foi feito pela Embrapa Agrossilvipastoril a pedido Aprosoja-MT

Relatório sobre a produtividade da soja na safra 2015/2016 foi feito pela Embrapa Agrossilvipastoril a pedido Aprosoja-MT

A falta de chuva e as temperaturas médias no período do plantio em 2015 impactam na produtividade da soja em Mato Grosso nesta safra 2015/2016. A produtividade média em Mato Grosso tem apresentado recuo nas últimas seis semanas. Entre as regiões mais afetadas estão a Médio-Norte, Nordeste e Norte. Somente no Médio-Norte, ao se comparar com a safra 2014/2015, há um recuo de 4,21 sacas por hectare.

Mato Grosso começou o período de colheita registrando uma produtividade média de 50,62 sacas por hectare. Em meados de 11 de fevereiro a média atingiu seu pico máximo de 52,59 sacas por hectare com seis semanas de colheita iniciada, vindo a decair para 52,42 sacas na semana seguinte até chegar a 50,28 sacas no dia 25 de março. Ao se comparar com a produtividade média da safra 2014/2015 nesta época Mato Grosso registrava 52,24 sacas, segundo acompanhamento de produtividade do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Entre as regiões, em relação à safra passada, o Médio-Norte no atual ciclo apresenta -4,21 sacas por hectare, enquanto o Nordeste -2,88 sacas. O Centro-Sul está colhendo uma saca a menos, enquanto o Noroeste -0,78 sacas e o Norte -0,72 sacas.

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Relatório desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril, localizada em Sinop, aponta as condições climáticas adversas em Mato Grosso no período da semeadura como principal responsável pelo baixo rendimento da produtividade em algumas regiões. O estudo foi realizado a pedido da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

O trabalho, segundo a Embrapa, apontou que a maior parte dos problemas observados pelos produtores de soja nas lavouras são decorrentes da falta de água e das temperaturas médias elevadas nos meses de setembro a dezembro de 2015, período de plantio, bem como fevereiro deste ano.

Os pesquisadores da Embrapa destacam que tais condições climáticas coincidiram com a fase de desenvolvimento vegetativo da soja, com a época da floração e do enchimento de grãos, resultando desta forma um baixo desenvolvimento, no abortamento de flores e na formação de vagens vazias ou "chochas".

Segundo o relatório, em Sinop as temperaturas máximas médias em 2015 em 2,5 ºC, 3,6 ºC e 2,9 ºC acima dos valores médios do ano de 2013 nos meses de outubro, novembro e dezembro, respectivamente.

Outro ponto observado foi à precipitação de chuva 32% menor em relação a 2013 registrada nesses meses na estação meteorológica da Embrapa Agrossilvipastoril. Já no mês de fevereiro constatou-se apenas 15% do volume de chuvas registrado no mês em 2014 e de 18% em 2015.

Doenças


Sintomas de doenças como a mela seca e a macrophomina (ou podridão negra das raízes) foram alguns dos relatos apresentados por consultores e produtores que procuraram a Embrapa Agrossilvipastoril, diante a constatação de vagens vazias e grãos "chochos".

A pesquisadora da Embrapa Dulândula Wruck explica que as doenças não foram as responsáveis pela perda de produtividade. "A alta temperatura mais o déficit hídrico fez com que não houvesse a polinização. Mas mesmo assim ocorreu a formação de vagens, fazendo com que os produtores acreditassem que a produção seria boa. Na época da colheita é que o pessoal começou a ver que o grão não encheu".
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