Lideranças populares, empresários urbanos e rurais do distrito de Estrela do Araguaia (Posto da Mata) em Mato Grosso, fazem apelo por “clemência” à presidente Dilma Rousseff (PT) para não haver desocupação da localidade.

Eles pretendem colher um abaixo-assinado online, intitulado “Clemência à Presidenta Dilma pelo não despejo das famílias da Suiá Missú”. O documento também será encaminhado à Organização das Nações Unidas (ONU), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O abaixo-assinado será direcionado ainda a parlamentares do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Assembleia Legislativa de Mato Grosso e Governo do Estado, segundo informa a Agência da Notícia.

“O clima é tenso e de guerra, e caso uma decisão favorável aos moradores da Suiá Missú considerada área indígena Marãiwatsédé, no nordeste do estado não aconteça, haverá derramamento de sangue”, descreve o documento.

Os líderes informam que estão em “momento de terror na região do Araguaia”, pela circunstância em que se encontram. “O povo do Araguaia clama por uma decisão sensata dos ministros, juízes e da mossa presidenta”.

A pressão é para pedir sensibilizar as autoridades sobre o clima de confronto e de convulsão social que podem se instalar com o início da desocupação determinada pela justiça a partir do dia 6 de dezembro.

Para marcar o gesto simbólico de democracia e participação popular, o abaixo-assinado foi criado na quinta-feira passada, dia da Proclamação da República.

A definição para desocupar a área foi determinada por magistrados do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e ratificação do Supremo Tribunal Federal (TRF).

Região

No distrito estão 7 mil pessoas que precisam ser retiradas por decisão judicial, de acordo com dados da associação de produtores (Aprosum).

O distrito de Estrela do Araguaia (Posto da Mata) fica no nordeste de Mato Grosso, na divisa com Goiás e é cortado pela rodovia federal BR-158, que liga Mato Grosso ao Pará. E está localizado cerca de 1.000 Km de Cuiabá.

Na sexta-feira (16), forças policiais do Exército, Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança notificaram moradores, comerciantes e fazendeiros no distrito. Eles fizeram algumas notificações em fazendas por helicópteros e chegaram a restringir acesso ao distrito pela rodovia federal BR-158.