Produtividade acima da safra passada e preço pago pela indústria 40% maior levará produtores a ampliar cultivo da oleaginosa na próxima safra.

Ao contrário da safra de trigo e cevada, em que a produção teve quebra por causa das adversidades climáticas e perda da qualidade, quem plantou canola na safra 2012 está comemorando. A produtividade superior à safra passada e a alta remuneração na área atendida pela BSBIOS na região são fatores que deverão influenciar na decisão de formação da próxima lavoura, com tendência de crescimento de 50% a até 100% em comparação com a safra atual, em que foram cultivados entre 15 e 20 mil hectares.

Conforme o gerente de Tecnologia Agrícola da BSBIOS, o agrônomo Fábio Junior Benin, o cultivo de canola na região teve manutenção de área em comparação com 2011, na região fomentada pela indústria. Condição distinta do que se prevê para 2013, quando a área com canola poderá aumentar significativamente.

Entre os principais fatores está a rentabilidade. Segundo o agrônomo, mesmo com os problemas climáticos, para os produtores que colheram menos de 1,5 mil kg por hectare a rentabilidade foi compensada pelo aumento do preço de canola vendida à indústria. “Comparado com o ano passado, tivemos aumento de mais de 40% no preço, passando de uma média de R$ 45,00 a saca de 60 quilos para R$ 65,00. Mesmo para quem teve problemas maiores causados pelo clima, a baixa produtividade será minimizada com o preço da cultura. Porém, tivemos registros de algumas lavouras em Marau, Passo Fundo, Carazinho, Cruz Alta e Vacaria com uma margem de lucro acima de 100% sobre o capital investido na lavoura”, comenta.

Benin explica que nesta safra o custo para formar um hectare da lavoura foi de R$ 850,00 e quem colheu em torno de 25 sc/ha terá um retorno que vai lhe permitir pagar todo investimento da lavoura e lhe renderá mais R$ 850,00 de lucro. “Diante disso, apostamos num crescimento bruto na cultura, pois além da rentabilidade, os problemas registrados na safra de trigo e cevada reforçam a importância da canola para a região no inverno. Mesmo quem teve produtividade baixa teve rentabilidade maior do que as demais culturas de inverno, e isso é um fator incentivador para continuar com o cultivo e aumentará área, servindo também de influência para produtores vizinhos” ressalta.

Produtividade

A colheita foi encerrada nessa semana na região. Comparando com a safra passada, neste ano a produtividade média teve um incremento de 40%. Em 2011 a média era de 1,1 mil kg por hectare. Em 2012, mesmo com impacto de adversidades climáticas, a média ficou em 1,5 mil kg por hectare.

No período da colheita ocorreram chuvas, ventos fortes e até mesmo temporais em algumas regiões. Caso não ocorressem essas intempéries, a produtividade poderia ter sido maior. Com área semelhante, a produção também se equipará a das duas últimas safras. A área colhida neste ano é menor também em função de problemas no período de semeadura, com as geadas que comprometeram algumas lavouras.

O agrônomo enfatiza que a canola é uma cultura interessante no inverno, especialmente porque o agricultor vem dominando seu manejo e, diante disso, possivelmente poderá obter melhores produtividades. Além disso, Benin lembra que existe um projeto estruturante na área de pesquisa para a cultura, em que serão investidos recursos do Governo Federal, buscando melhorar a produtividade da canola nos próximos quatro anos.

O projeto de pesquisa começará a ser implementado com este recurso federal com vista a apoiar o projeto de pesquisa da Embrapa, com apoio da AbrasCanola. O projeto envolve 10 áreas, entre elas híbridos novos, sistemas de produção, zoneamento agroclimático, adubação e registros de defensivos “São vários pontos técnicos importantes para se buscar o aumento da produtividade da canola, já a partir de 2013”, destaca.