Vários produtores de coco de Sergipe têm questionado sobre quais as causas da queda prematura de frutos do coqueiro.

A ocorrência excessiva da queda de frutos ainda imaturos na espécie de coqueiro anão verde pode ser causada por diversos problemas que vão desde nutrição inadequada da planta, da presença de insetos, de ácaros, e de fungos.

Diversos fungos são citados na literatura como causadores da queda prematura dos frutos como exemplo: Cylindrocladium sp., Colletotrichum gloeosporioides, Lasiodiplodia theobromae eThielaviopsis paradoxa.

Dentre os fungos a espécie L. theobromae é o agente causal da queima-das-folhas e da podridão basal pós-colheita do coco verde, inicialmente relatada em 2002 no Ceará.

Neste caso os frutos apresentam podridão de coloração marrom escura a partir do local de inserção com as brácteas, que se desprendem ocasionando a sua queda.

O fungo T. paradoxa causa a podridão-negra do fruto ou podridão-do-fruto-maduro provocando a queda prematura dos frutos jovens e também dos frutos mais desenvolvidos. Mais recentemente este patógeno também foi detectado associado a doença do coqueiro denominada resinose.

Nas pesquisas realizadas na Embrapa Tabuleiros Costeiros os fungos Thielaviopsis paradoxa,Pestalotiopsis sp. e Lasiodiplodia sp., foram isolados a partir dos sintomas da queda dos frutos do coqueiro e foram submetidos ao teste de patogenicidade.

Os fungos Thielaviopsis paradoxa e Lasiodiplodia sp.foram patogênicos e os sintomas verificados foram queda das brácteas e a formação de lesões (manchas) úmidas que adquiriram coloração marrom, resultando na podridão dos frutos. Além disso, observou-se a exsudação de líquido e crescimento micelial dos fungos na epiderme da fruta inoculada. O fungo Pestalotiopsis sp. não causou doença quando inoculado nos frutos.

Diante destes resultados, a partir das amostras analisadas, os fungos Lasiodiplodia sp. e Thielaviopsis paradoxa estão associados a queda dos frutos do coqueiro anão verde no Estado de Sergipe.

*Viviane Talamini e Joana M. Santos Ferreira são pesquisadoras da Embrapa Tabuleiros Costeiros
**Frederico Alberto de Oliveira é pesquisador DCR Fapitec/CNPq